jueves, 2 de agosto de 2012

ESPORTE E OSTEOARTRITE

O esporte além de ser prática pecaminosa, ela pode prejudicar gravemente a saúde. Especialistas de alta credibilidade corroboram nossa posição ideológica em vários pontos, como neste artigo assinado pelo professor Nivaldo Baldo. (comentário do Escriba Valdemir Mota de Menezes)

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Osteoartrite


Prof. Nivaldo Baldo
A osteoartrite é uma doença degenerativa articular. Seus mecanismos patogênicos são variados, como os mecânicos, que podem estar associados à mutação nos genes dos colágenos tipos II e X.

É uma artropatia, “doença articular”, generalizada ou localizada, onde os sinais de imagens como radiológicos inicialmente não acompanham o aparecimento desta doença articular.

A osteoartrite é um fenômeno de resposta intrínseca desordenada inflamatória dos tecidos moles e das cartilagens articulares.

Se lembrarmos que o prefixo "artro", vem do grego "arthros" e significa articulação, e a ele juntarmos o sufixo "ite" que significa inflamação, teremos a etimologia da palavra "artrite". O mesmo acontecerá ao juntarmos o sufixo "ose" que significa degeneração.

Os termos Osteoartrite e Osteoartrose surgiram posteriormente, para exemplificar melhor a doença Artrose, quando foi descoberto que o osso sub condral (embaixo da cartilagem) participava no processo fisiopatológico da doença, quando ocorre uma real degeneração estrutural.

Marcadores séricos da degradação do agrecano – queratan, sulfato de antigênico e do metabolismo que é a proliferação da sinovial – hialuronan sugerem o caráter sistêmico da osteoartrite. (Cossermelli sp)

As alterações da osteoartrite são coincidentes às alterações dos tecidos que compõem a articulação envolvida e o comportamento do condrócito, isto é que faz a cartilagem resistir as provocações e cargas físico-mecânicas.

Os estudos de imagens como ressonância magnética, tomografia computadorizada, raios-X digital com a cintilografia podem ajudar, mas na fase inicial a dificuldade diagnóstica com o uso de imagens é uma realidade.

Os exames laboratoriais pouco adicionam ao diagnóstico precoce, porém a hemossedimentação poderá estar um pouco elevada, como outros exames laboratoriais servem mais para um exame diferencial perante atividade reumática.

Os achados de valores aumentados de queratan sulfato no sangue e de epitopos de proteoglicanos nos líquido sinovial servem para o follow up futuro (Cossermelli).

As agressões articulares são múltiplas, ocorrem nas crianças, nos jovens adultos e nas pessoas com mais idade.

Hoje com as atividades físicas nas escolas, nos clubes, pela "profissionalização" precoce dos treinamentos esportivos, principalmente no futebol, podemos encontrar os episódios de sinovite articular em crianças. São estas sinovites que abrem o caminho para a existência da osteoartrite e osteoartrose na vida futura.

O “embalance” desequilíbrio articular, são as atividades provocativas físicas e esportivas, sofrem mais agravos e perdas desnecessárias quando são associadas com:

- inadequação do peso corporal, magreza ou obesidade

- variação anatômica neuro muscular da articulação

- erros de coordenação e da biomecânica nas atividades repetitivas, sejam andar, trotar, correr, praticando ou não alguma atividade esportiva

- biótipo versus ações repetitivas com variações patológicas biomecânicas

- doenças ou dificuldade neuro motora, erros na proporção do biótipo físico

- patologia de alinhamento articular, como valgo, vara e recurvato de joelhos, hiperlaxitude ligamentar articular.

- erros e agressões de treinamentos físicos esportivos, principalmente prática de caminhadas diárias

- abusos e exageros nas pré temporadas nos times de futebol

- exercícios provocativos como legg press, agachamentos, saltos, pliométricos, bike spin, caixa de areias, duck walk, canguru, movimentos de torção com sobrecargas, burpee, cama elástica, corridas na areia e alongamentos forçados, etc

- histórico de intercorrências cirúrgicas articulares, com complicações por processos infecciosos, por “poor aligment” de reconstrução dos ligamentos cruzado anterior, cruzado posterior e cantos dos joelhos. Uma “simples meniscectomia” pode ser o inicio silencioso da osteoartrite de joelho, principalmente pelo retorno acelerado na fisioterapia

- doenças reumáticas, metabólicas e infecciosas

- alterações do tônus muscular, erros posturais e má postura

- erro comportamental e de assertividade, quando o paciente insiste de forma persecutória nos exageros da prática esportiva, como corrida, caminhada, tênis, futebol, bike, etc, pelos benefícios antidepressivos da atividade. Uma fuga muito perigosa que leva o praticante a adquirir a osteoartrite, como manter um programa de atividade física forçado, que não coincide com a idade é outro procedimento que leva diretamente o praticante para a osteoartrite.


Teoria da Wake Forest University
Um estudo de longo prazo, realizado por pesquisadores da Wake Forest University, identificou a influência da perda de peso sobre a osteoartrite. A conclusão foi que a perda de 450 gramas de peso corporal diminuiria o impacto sobre as articulações do joelho em cada passo em 1,8 kg. Osteoartrite é uma doença degenerativa das articulações cujo principal fator que pode ser modificado pelo paciente é a obesidade.
Osteoartrite é a uma as principais causas de afastamento do trabalho e de aposentadoria precoce no mundo.
O estudo, conduzido por 18 meses com 142 adultos acima do peso com osteoartrite, também descobriu que a perda de 5% de peso corporal em adultos obesos mais velhos resultou em ganho de 18% no funcionamento geral.

Com o estudo claro e científico da Wake Forest University consolida nossa posição nestas décadas de não indicarmos as caminhadas como meio de cura e de saúde.
Infelizmente, os obesos são os mais estimulados a caminharem para emagrecer e são os que mais colhem as lesões articulares, assim como são acometidos pelos episódios de osteoartrite nos membros inferiores.

Um dos grandes vilões para os casos de osteoartrite de membros inferiores é o peso associado aos exercícios repetitivos esportivos. O excesso de peso e os exercícios esportivos repetitivos atuam aumentando o trauma intra articular, fazendo com que haja uma maior quebra de fibras colágenas, o que vai dificultar o efeito reparador por parte do condrócito.

Qualquer pessoa seja um atleta profissional, um esportista de fim de semana ou mesmo um indivíduo mais idoso, quando submetido a determinados esforços mais intensos ou mesmo traumáticos, pode desenvolver um quadro inflamatório da articulação que, nesta fase aguda, recebera a denominação de artrite.

A artrite dos esportistas de alta performance, ou em praticantes isolados de qualquer atividade física, como regra é traumática e deve ser diferenciada daquela das outras doenças reumáticas, dos processos infecciosos, das doenças microcristalinas, principalmente, da artrite reumatóide, uma doença específica.

Resumindo, quando nos referimos a Osteoartrite ou Osteoartrose – Artrose, estaremos sempre falando “de uma mesma doença”, dentro de uma progressão e perdas das estruturas nobres articulares, o quanto antes forem tratadas pelos especialistas das mais variadas áreas, os resultados podem ser atenuados ou diminuídos, porém sem retorno ao status prévio a doença.

Os critérios de diagnóstico da osteoartrite variam de acordo com a localização topográfica articular.

O importante é combinar todos os elementos possíveis laboratoriais, de imagem e clínicos para que seja identificado precocemente a osteoartrite.

Os sintomas podem ser variados e sem coincidência aparente aos esforços que esteja acostumado a fazer. Os sintomas podem ser perda da facilidade e da liberdade dos movimentos articulares (seria como uma pré-rigidez), calor na articulação, leve edema ou inchaço na articulação, transformação da imagem virtual da articulação em relação a outra normal, dificuldade em execução dos movimentos tidos como corriqueiros e normais, dificuldades em descer ou subir escadas, atrofia muscular, dificuldade em readquirir o volume muscular, ruídos articulares aumentados, sentir-se incomodado ao dormir ou quando está sentado, assim como dificuldade em manter as atividades normais da vida diária como escrever, desenhar, pintar, lavar louças, cozinhar, caminhar etc.

O tratamento consiste em indiscutivelmente propiciar um repouso total ou parcial da articulação envolvida, opcionalmente fazer uso de anti-inflamatórios não hormonais, analgésicos, medicamentos moduladores do processo inflamatório e fisioterapia específica e adequada.

É bom lembrar que todo tratamento de fisioterapia é correto, porém nem todo é específico e qualificado para todos os pacientes. Cada episódio e caso precisam ser atendidos num programa específico e individualizado.

Os tratamentos de fisioterapia não podem ser iatrogênicos facilitando o surgimento da osteoartrite.

É bom entender que as “propagandas” de medicamentos chamados condroprotetores ou reconstrutores condrais não estão confirmados em trabalhos de alto valor científico.
Os pacientes em todas as idades têm feito uso das condroitinas, hialuronato, hylan G-20, sulfato de glucosamina, glicosaminoglican, SAMe (S adenosil - L – Metionina) anti-radical livre e hepatoprotetor, extrato de cartilagem, e suas associações podem causar síndrome nefrótica e severa toxicidade hepática.

Acetaminofem: recomendado pelo American College of Rheumatology (Colégio Americano de Reumatologia) como a primeira linha de tratamento contra a osteoartrite. Quando tomado em doses de até 4 gramas ao dia, pode oferecer um alívio significativo da dor da artrite, porém com alguns efeitos secundários. Não se deve elevar a dose recomendada ou tomar o medicamento em combinação com grandes quantidades de álcool, já que pode haver danos no fígado.

Aspirina e antiinflamatórios não esteróides (AINES): estão disponíveis sem prescrição e normalmente são eficientes no combate à dor da artrite, podem apresentar muitos efeitos secundários. Os efeitos secundários mais perigosos dos AINES são a formação de úlceras estomacais, sangramento do trato digestivo e dano renal. Os pacientes com doença hepática ou renal ou com antecedentes de sangramento gastrintestinal não devem tomar estes medicamentos.

Celecoxib e o Rofecoxib tratam a dor da artrite de maneira similar aos AINES, no entanto, parece que produzem menor irritação estomacal e oferecem um risco menor de úlceras e sangramentos gastrintestinais, mas podem afetar o trato digestivo e serem tóxicos para os rins.

Glucosamina e condroitina orais: estes deveriam atuar nos blocos de construção da cartilagem, a substância que cobre as articulações. São encontrados em lojas de alimentos ou supermercados, sem prescrição. Os estudos iniciais indicam que estes compostos " fazem milagres" que não foram comprovados, mas que após longo período de uso já podemos encontrar contra indicações e alterações nefróticas.

Corticoesteróides ou esteróides: são medicamentos que reprimem o sistema imunológico e os sintomas da inflamação. Geralmente são empregados em casos severos de osteoartrite e podem ser administrados de forma oral por injeções ou, ocasionalmente, injetados diretamente na articulação afetada. Os esteróides são utilizados para tratar as formas autoimunológicas de artrites, mas devem ser evitados na artrite infecciosa. Os esteróides apresentam múltiplos efeitos secundários que vão desde mal-estar estomacal e sangramento gastrintestinal, hipertensão, afinamento dos ossos, cataratas e aumento das infecções.

O avanço mais recente na artrite tem sido o desenvolvimento dos denominados antibiológicos, que atacam em moléculas individuais para reduzir a inflamação. Tais medicamentos, que incluem o etanercept (Enbrel) e infliximab (Remicade), são administrados por meio de injeções intravenosas e podem oferecer grandes melhorias na qualidade de vida do paciente. Podem causar síndrome nefrótica e severa toxicidade hepática.

O mais importante é absorver os bons ensinamentos e atitudes prudentes dos especialistas, não se deixando levar pelo ímpeto dos “prazeres” do esporte ou da atividade física desenfreada.

O paciente tem que entender que ao identificar a osteoartrite, seja um atleta profissional de alto rendimento, de fama internacional, esportista por prazer, um triatleta de academia, um corredor de qualquer tipo de prova, tem o chamamento para pensar e resolver quais são os prejuízos imediatos e tardios.

Muitas vezes os técnicos e professores de academias, de triatlon e de ginástica apresentam a osteoartrite de joelho e de quadril. É o momento para entenderem que o tempo é inexorável, que esta patologia é o imposto que vem sempre atrelado ao esporte ou aos esportistas.

A “simples” inflamação articular, osteoartrite, quase sempre passa como um leve episódio inflamatório na vida das pessoas ativas, mas todas elas precisam entender que é o alarme sábio do corpo, para que reestabeleçam padrões aceitáveis de prática física, que não permitam a destruição de suas articulações.

Atletas que prolongam o uso de medicamentos para se manterem na atividade esportiva física provocativa, como da busca de “milagres”, são vítimas da própria escolha, que com o passar dos anos tem evoluído para graves osteoartroses, engrossando as filas de portadores de deformidades articulares com chances de terem que receber próteses.

Quando um atleta recebe milhões para praticar, jogar, exercer suas atividades profissionais, como no futebol, há a recompensa dos milhões que conseguiu guardar. Há disponibilidade de poder fazer qualquer tipo de tratamento em qualquer lugar do mundo, mas entendam que a osteoartrose não respeita ninguém.

Milhares de cidadãos levados pelos “milagres” da atividade física sem regras, feita nos parques públicos, nas competições de corrida, de triatleta, do futebolzinho semanal, dos excessos em clubes e academias, quando entram na faixa dos 50 anos para cima, tem sofrido o desespero dos tratamentos da osteoartrose, com severos impedimentos físicos. Muitos são submetidos às prótese articulares para poderem voltar a uma vida normal” perante as atividades diárias, sem no entanto retornarem ao esporte.

O entendimento entre todas as partes que envolvem o atleta ou paciente comum é o melhor caminho para obtermos os melhores resultados de combate a osteoartrite.

O especialista em reumatologia e o ortopedista, quando elaboram um tratamento ao paciente, precisam entender que a parte física e de fisioterapia tem que ficar sobre total cuidado do fisioterapeuta. Caso contrário os desencontros de tempos e momentos para se vencer a osteoartrite serão desperdiçados, com severo prejuízo ao atleta ou paciente.

É necessário que o paciente e o atleta entendam que todos os medicamentos que estão à disposição no mercado nacional e internacional não têm regenerado as lesões da evolução nociva da osteoartrite para a osteoartrose.

As comparações por imagens, com scanner computadorizado, nos estudos comparativos de "follow ups" com as imagens dos milhares de pacientes que usaram várias substâncias condroprotetoras ou condroregeneradoras, não apontaram para os "milagres' que tem sido prometido.

O mais prudente é inibir os fatores que propiciam a osteoartrite, principalmente com a reeducação e entendimento dos fatores que estejam agindo para fixação da osteoartrite que pode evoluir para a osteoartrose.

FUTEBOL DOÍ

Além do esporte ser competições pecaminosas, a maioria faz mal a saúde (Valdemir Mota de Menezes, o  Escriba)

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Lesões

Futebol dói

Levados ao limite do esforço físico, os craques estão condenados a sofrer com lesões? Ou estão apenas treinando e jogando em excesso?

por Tales Azzoni

Nenhuma imagem poderia ser mais eloqüente para mostrar o dano que o esporte pode provocar ao corpo. Em 12 de abril de 2000, Ronaldinho voltava aos campos depois de quatro meses se recuperando de uma cirurgia no joelho direito. Era o primeiro jogo da decisão da Copa da Itália, entre Internazionale e Lazio. Nove dias antes, tinha sido liberado para jogar pelo médico francês que o havia operado.
“O Fenômeno” entrou em campo aos 14 minutos do segundo tempo. Seu joelho não durou mais que seis minutos. Numa de suas primeiras arrancadas, quando apoiou o pé direito no gramado, o tendão patelar se rompeu. Resultado: a rótula, que liga fêmur e tíbia, se deslocou repentinamente para a direita, arrancando um grito de dor de Ronaldo e de espanto de todos que presenciaram a cena, no estádio Olímpico de Roma ou pela televisão.
Fatalidade? Quem trabalha com futebol sabe que não. O risco de um jogador profissional se machucar não mora apenas nas pancadas dos adversários. Um movimento brusco pode provocar uma lesão. Movimentos comuns durante uma partida, exaustivamente repetidos em treinos e jogos anos a fio, podem gerar um problema crônico. Goleiros que defendem bombas de atacantes desenvolvem lesões nas mãos. Zagueiros acostumados a girar o tronco para acompanhar os atacantes podem acabar sofrendo dores insuportáveis no púbis. Problemas ainda mais graves se a musculatura e o esqueleto do jogador não estão preparados para agüentar um esforço que começa ainda na adolescência – caso de Ronaldinho, jogador profissional desde os 16 anos e que, aos 19, já era obrigado a passar pela primeira cirurgia no joelho, quando jogava no PSV Eindhoven, da Holanda.
O assunto, claro, preocupa os médicos envolvidos com futebol. Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2000, com 124 jogadores profissionais, mostrou que eles sofrem, em média, cinco lesões por ano. Quase metade são musculares. Em seguida, pela ordem, vêm entorses, tendinites (inflamação de um tendão) e fraturas. O estudo confirma que as faltas violentas respondem apenas por parte das lesões: cerca de 60% não são resultado de contato direto entre jogadores.
Num esporte basicamente jogado com os pés (ou pelo menos deveria ser assim), o maior número de lesões é mesmo da cintura para baixo (coxas e tornozelos em primeiro, joelhos depois), seguidos de cabeça, tronco e membros superiores. As lesões em coxas e tornozelos são as mais freqüentes, seguidas pelas dos joelhos.

ATACANTE SOFRE
A maioria dessas lesões é de recuperação rápida. Cerca de 55%, segundo o estudo, permitem aos jogadores voltar a campo em menos de sete dias. As que envolvem cirurgia nos tornozelos ou nos joelhos são as que mais levam tempo – oito meses, em média. No geral, apenas 4% das lesões afastam os jogadores por mais de 30 dias.
O estudo ainda mostrou que a maior incidência de lesões ocorre em jogadores de meio-campo e ataque. “Os atacantes são mais afetados por serem jogadores de explosão, o que sobrecarrega muito os músculos de contração rápida das pernas”, diz Sérgio Augusto Xavier, ortopedista e traumatologista do Centro de Medicina Esportiva do Hospital do Coração, em São Paulo.
Jogadores de defesa, principalmente os laterais, também utilizam muito a explosão muscular, por isso sofrem lesões semelhantes. Meio-campistas, por necessitarem de grande preparo físico, estão mais sujeitos a lesões musculares, incluindo as lesões na coxa e na panturrilha.
As lesões em goleiros são mais raras. Quando acontecem são geralmente de sobrecarga nos ombros, por causa dos constantes arremessos, ou sobrecarga nos joelhos, devido ao modo como são flexionados. Goleiros também sofrem problemas nos tendões dos dedos e dos pulsos, que estão sujeitos a inflamações e rupturas devido às repetidas pancadas da bola de futebol.
Ronaldinho e Romário são exemplos de vítimas da necessidade de superar os limites do próprio corpo para vencer. Romário até faz piada com suas constantes lesões. Em março passado, quando saiu repentinamente de um Vasco x Flamengo, brincou com as especulações sobre o motivo da sua saída. “Podem escolher o que quiserem: joelho esquerdo, músculo posterior da coxa esquerda, panturrilha direita e olho direito. Façam um sorteio e digam o que estou sentindo”.
Aos 36 anos, ele sabe mais que ninguém o quanto jogador sofre. O segundo maior artilheiro da história do futebol brasileiro, atrás apenas de Pelé, Romário foi prejudicado por lesões em duas Copas. Em 1990, fraturou o tornozelo a poucos meses do Mundial. Recuperou-se a tempo de ser convocado, mas não a tempo de recuperar a forma: entrou em apenas um jogo e não fez gol. Na França, em 1998, foi cortado por Zagallo a oito dias do início da Copa, por causa de uma distensão na panturrilha direita. Desde então, Romário alterna gols e lesões freqüentes – nenhuma grave, mas várias crônicas, como ele mesmo mencionou acima.
Outro problema freqüente são as chamadas “lesões de fadiga”, ou de estresse, que ocorrem devido à repetição de movimentos e à sobrecarga de treinamentos. Belletti e Gabriel, os dois do São Paulo, Alexandre, do Internacional de Porto Alegre, e Marques, do Atlético Mineiro, são quatro casos recentes no futebol brasileiro.
Belletti, um dos principais candidatos à sucessão de Cafu na lateral-direita da Seleção Brasileira, submeteu-se a duas cirurgias para curar uma lesão de estresse no púbis. De tanto treinar para se recuperar das operações, acabou sofrendo uma fratura de fadiga no osso da bacia. Esforçou-se demais e ficou fora dos gramados mais que o necessário. “Até falavam para ir devagar nos treinos, mas para quem não está jogando não existe devagar”, diz o lateral. Ele mesmo reconhece que, se tivesse feito o tratamento correto – ou seja, repousado mais – quando sentiu as primeiras dores no púbis, não teria passado pelos problemas por que passou. O jogador só ficou bom 15 meses depois da lesão inicial.
Uma lesão no púbis também tirou o meia Marcelinho Carioca dos gramados em 1996. A dor incomodou o jogador por cerca de dois anos. Apenas uma cirurgia curou o problema. “É o tipo de lesão provocada pelo excesso de atividade física. De tanto treinar e de tanto jogar, a lesão vai piorando”, diz o médico do Corinthians Joaquim Grava.
Há ainda um agravante para os jogadores brasileiros: o calendário sobrecarregado. “Os jogadores muitas vezes não têm culpa. Eles precisam participar de um esquema de treinamentos e jogos. Às vezes, nem percebem que estão exagerando. Cada vez mais querem se dedicar e acabam se prejudicando”, diz o professor Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp.
Um atleta que faça 72 jogos por ano e oito sessões de treinos semanais passa 1 068 horas dentro de campo em um ano. Muitos times grandes no Brasil chegam a jogar muito mais que isso. O Palmeiras, por exemplo, fez 92 partidas na temporada 2000. “Um calendário bom seria um grande começo”, diz Cohen.
Para o fisioterapeuta Nivaldo Baldo, existe outro problema: a falta de bom senso na preparação física dos jogadores. Para ele, o erro é que todos tentam usar a mesma fórmula para preparar jogadores diferentes. “Cada jogador é uma entidade física, química e genética. Além disso, quem joga na Bahia é de um jeito, quem joga na França é de outro. Não existe um procedimento único.” O jogador que sai do clube e vai para a Seleção, por exemplo, deveria continuar a ter a preparação que tinha no clube. “O Romário tem a preparação dele. Se você treiná-lo todo dia como os outros jogadores você o mata.”

Frases

Em cerca de 55% das lesões, o jogador volta aos campos em menos de uma semana

Romário já faz até piada com suas constantes lesões: “Podem escolher: joelho esquerdo, coxa esquerda...”

Por que jogador se machuca tanto?

Se Riobaldo, herói de Guimarães Rosa no clássico Grande Sertão: Veredas, fosse jogador de futebol em vez de jagunço, diria: “Jogar é muito perigoso”. Antes de criticar seu ídolo por viver lesionado, lembre-se de que ele submete o próprio corpo a um esforço severo e repetido – o que aumenta muito a possibilidade de lesões

GOLEIROS
Lesões entre as falanges dos dedos, ou nos ossos dos punhos, devido aos impactos das bolas e às quedas, são comuns. Os braços podem sofrer bursites (inflamações) por causa dos repetidos lançamentos

HÉRNIA DE DISCO
Carga de treinos excessiva, imaturidade dos ossos ou a falta violenta de um adversário podem deslocar os discos que ligam as vértebras, causando fortes dores

PÚBIS
A flexão do tronco pode levar a dores que começam na virilha e se alastram para o abdômen e o baixo ventre. Alongamento e fisioterapia previnem

COXAS
Os músculos de trás podem sofrer estiramento quando o jogador se estica demais. Às vezes, o jogador não sente na hora, o que costuma agravar a lesão

TENDÕES-DE-AQUILES
São fundamentais para andar, correr e saltar. Excesso de treinos, calçados inadequados e terrenos duros tendem a provocar lesões graves

JOELHOS
Muito exigidos, podem desenvolver tendinites cada vez mais graves e até o rompimento do tendão

TORNOZELOS
Os chutes constantes desgastam os ossos. Os tendões estão sujeitos a inflamações e rupturas

Cabecear faz mal à saúde?

Experimente cabecear diariamente, durante anos a fio, em treinos e jogos, uma bola de futebol de 450 gramas (e, de vez em quando, bater cabeça com um adversário). Estudos feitos com jogadores profissionais em diversos países, nos últimos anos, mostram que prejudica o cérebro. Testes feitos na Holanda em 1998, com 53 jogadores profissionais e 27 atletas de outros esportes, sem cabeçadas, mostraram que os boleiros se saem pior em testes de memória e percepção visual. Zagueiros e atacantes, mais propensos a cabecear a bola que os meio-campistas, correriam mais risco. Nos EUA, já se adotam protetores para cabeça, como os do boxe, em jogos de dente-de-leite. Mas ainda não está provado nem que cabecear faz mal, nem que os capacetes resolvem.

EX-JOGADOR MILIONÁRIO EMPOBRECEU RAPIDAMENTE

DEPOIS DE SER MILIONÁRIO, EX JOGADOR SERGINHO GASTOU TUDO QUE GANHOU. MATÉRIA DO SPORTV NEWS 
O Esporte não prepara ninguém para a vida. A maioria dos esportivas são pessoas que não gostavam de estudar e por isso se dedicaram ao esporte. Muitos que alcançam a fama e o sucesso, ficam tão deslumbrados com a vida que o esporte proporcionam para poucos e por pouco tempo, que acham que o dinheiro nunca vai acabar. Serginho é um destes casos. O que achei interessante nesta matéria jornalística é o fato do ex-jogador parece ter assimilado a derrota e resolveu continuar a vida. (Comentário do Escriba Valdemir Mota de Menezes)


TIAGO LEIFERT DESMENTE COMENTARISTA NETO

Publicado em 29/06/2012 por 
No meio do esporte, como em muitos outros círculos humanos, boatos e notícias plantadas são veiculadas visando criar expectativas, hipervalorizações e sensacionalismo. Neste video, o apresentador da Globo Esporte da rede Globo, na Uninove, rebate com contundência o comentarista Neto da Rede Bandeirantes, por divulgar notícia falsa sobre a vinda de um jogador para o time do Corinthians. Provou-se que Tiago estava certo. (Comentário do Escriba Valdemir Mota de Menezes)